QUAL O PREÇO DA CARIDADE



Absorta em meus estudos, percebi a simplicidade dessa religião tão querida, temida e mal compreendida... enquanto tantos tentam definir tantos fundamentos mais complexos de uma evolução que não pertence ao homem compreender e assim como muita coisa na fé, apenas crer (e atentem que não falo de uma fé burra e sim daquele ponto em que o conhecimento divino ultrapassa a capacidade humana de alcança-lo).

Estamos vivendo a era da informação e tecnologia e cometemos erros de séculos atrás, quantos de nossos irmãos se tornaram os humanistas da umbanda? Quantos dizem não acreditarem serem iguais a Deus, mas escrevem e portam-se como Jhon Milton em sua obra "Lost Paradise" (para quem não conhece é a principal obra iluminista onde a história da expulsão de Adão e Eva do jardim do Éden é exposta como um Deus autoritário que puniu o homem por ter conhecimento e assim se afastou dele, mas que o homem irá provar a Deus que chegará novamente a ele com a sua mente e seus ideais).

Não quero e não vou me atentar a esses conceitos, já tem muitos irmãos que podem fazer isso por mim, quero falar do fundamento, da umbanda em sua simplicidade. Antes de pensar em conceitos filosóficos, físicos, científicos, históricos, etc... quero voltar aquele simples preto velho ainda encarnado que resumia a umbanda em sua esperança e motivo de vida. Aquele homem que carregava pesadas correntes e doava o que tinha de melhor, não o dinheiro, que apesar de necessário não engrandece ninguém, mas sim a alma, a vida ao seu semelhante.

Pergunto a vocês meus queridos, qual o preço da caridade? Quanto me custa a caridade? O preço de uma cesta básica? De uma compra? O que você realmente tem capacidade de doar ao seu semelhante?

Quanto mais eu vejo, mas percebo que essa palavra se destorceu em nossos corações, muitos dentro das suas tendas, terreiros, roças, centros, etc... doam valores em dinheiro, comida, roupas, pagam mensalidades... mas quantos se dispõe a ir limpar o terreiro? A fazer a comida para a festa do santo? A ajudar seu semelhante? Quantos se dispõe a doar o seu tempo?

Qual o preço dessa caridade meus queridos? Quem não poderia presta-la? Enviar uma mensagem de apoio, uma oração, orar pelo seu irmão que passa por uma dificuldade, encontrar dentro de si o verdadeiro motivo para essa caridade meio torta que temos feito, quando pregamos o amor e a verdadeira doação!

Ser umbandista é ser exemplo, não de conhecimento, mas sim de amor ao próximo, senão seremos tão hipócritas quanto os tantos evangélicos que nos ofendem, esquecendo que somos filhos do mesmo Deus e assim, somos irmãos, esquecendo do mandamento principal: amai-vos uns aos outros! Não podemos deixar que isso aconteça conosco.
Quando pudermos voltar as raízes e redescobrir a verdadeira caridade, podemos buscar os conhecimento necessário para explicar nossa umbanda!

Autora: Astartê

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